Desde que entrei para o mundo da medicina em 1996 e ao longo dos meus anos como médico, tenho sido abençoado com inúmeras histórias que me aquecem o coração. Cada paciente, cada família, carrega consigo uma história única, uma jornada de esperança, muitas vezes de cuidado e superação. No entanto, há uma história em particular que esta semana me fez encher os olhos de lágrimas de alegria.
No início da minha carreira, eu servia como médico responsável pelo único hospital do município de Treze de Maio, em Santa Catarina, e também como médico de família na Unidade de Saúde de Morro das Pedras, na mesma cidade. Foi lá que primeiro testemunhei muitas dessas histórias que enriquecem a relação médico paciente e que me arrependo de não ter escrito sobre cada uma delas para guardar essas recordações.
Mas, como há tempo para tudo nessa vida, hoje quero escrever sobre uma dessas histórias:
Acompanhei uma gestante desde o momento em que ela descobriu que estava grávida, fui seu médico com todo cuidado e carinho durante todo o pré-natal. E então, chegou o momento mais emocionante e eu também estava lá: participei da cesárea dela, lado a lado com meu pai, Dr Manoel, um médico ginecologista e obstetra. Foi um momento de muita satisfação, onde o milagre da vida se revelou diante de nossos olhos.
Mas a beleza dessa história não para por aí! Após o nascimento, tive a honra de continuar cuidando da mãe e do bebê no conforto de seu lar, como médico de família. E assim, acompanhei de perto o crescimento e os primeiros passos daquela criança ao longo dos seus primeiros anos de vida, testemunhando seu desenvolvimento e sua jornada rumo ao futuro.
Ontem, fui presenteado com uma surpresa extraordinária. O bebê que vi nascer, agora um jovem de 20 anos, Augusto, entrou em minha clínica para uma consulta. Sim, ele recebeu este nome em minha homenagem, um gesto que tocou profundamente meu coração e reavivou memórias preciosas de uma época em que nossa conexão começou e eu aprendia junto com meus pacientes a arte da medicina.
Este reencontro, esta continuação da história que começou há duas décadas, é mais do que um simples encontro médico. É um testemunho do poder duradouro do cuidado, da dedicação e do amor que permeiam nossa profissão. É um lembrete de que, como médicos, somos mais do que meros profissionais de saúde; somos guardiões de histórias, catalisadores de esperança e laços que resistem ao tempo.
Hoje, compartilho essa história não apenas como médico, mas como um ser humano tocado pela beleza e pela graça da vida. Que cada consulta, cada gesto de cuidado, possa ser um aviso do poder transformador do amor e da dedicação ao trabalho.
Que a jornada do Augusto, sua mãe Vitorinha e toda a sua família seja repleta de saúde, felicidade e realizações, e que nossa amizade continue a inspirar e nutrir minha vocação em cuidar daqueles que cruzam o meu caminho.
Com gratidão e emoção,
Dr. Roger Augusto